Não acredito que paciência seja sinônimo de conformação, a paciência hoje, para mim, tem mais a ver com sabedoria, calma, respiração, e principalmente confiança. Sim confiança…. que o momento é apenas presente, confiança que as coisas não são estáticas, que o tempo propício vai chegar, porque agora, no presente, há de se ter paciência.
Em primeiro lugar este exercício, da paciência, deve ser vivido por nós mesmos, conosco. A paciência que devemos ter com nossos erros, medos, desejos ainda não palpáveis, com nosso tempo de maturação. Gosto de relacionar a esta tão difícil qualidade com o maturar, que nos dá a exata idéia de que nosso organismo está em aprendizado.
Depois pensamos na paciência que devemos ter com o outro, sim, nosso semelhante, que também se encontra neste processo infindo de crescimento, não igual ao nosso, não mais, não menos, apenas único, individual, particular. Cada um de nós merece ter e receber uma boa dose paciência.
Por que corremos tanto? Penso que uma das hipóteses é que não nos atentamos ao aprendizado. Pense em você há 10 anos atrás? Que tal? Você se percebe da mesma forma? Quantas esquinas já virou? Quantas delícias já saboreou? Quantas lágrimas você lembra agora que te fazem rir?
A paciência remete a uma inércia irreal na qual supomos que perdemos tempo; remete a algo penoso quando lamentamos “haja paciência”, mas neste exato momento, nesta prática, temos a oportunidade de aprendizado, de remar contra a maré da correria e a favor da nossa, do tudo ao mesmo tempo agora, da resposta pronta e imediata, da respiração curta.
Que tal pensarmos nela como grande mestre? Ou talvez um colo de mãe? Eu? Ando pensando que com ela, minha nova colega ainda não tão íntima, ando ganhando oportunidades raras, ando vivendo mais plenamente, respeitando o ritmo das coisas, deixando-as florescer ou morrer, contemplando a mim diante dos fatos eu me dou o presente de estar caminhando, porque afinal, correr nunca foi o meu forte!
“Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento.”
Isaac Newton